Proteger a pele da luz azul

Quinta, 06 de Fevereiro de 2025 - 10:42

O smartphone, assim como o tablet, o computador ou o ecrã da televisão, emite luz azul. Esta radiação pode causar alterações na pele. Será a quantidade emitida por estes dispositivos eletrónicos motivo para preocupação? 

A luz azul acelera o envelhecimento da pele e algumas patologias agravam-se, resultado do tempo extra que se passa em frente aos dispositivos eletrónicos. Apesar de o sol ser a principal fonte de emissão de luz azul, os ecrãs dos computadores e smartphones continuam a expor-nos à luz azul, mesmo depois de o sol se pôr. 

O espectro visível é composto por várias cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, ciano, azul e violeta) e o branco corresponde à soma de todas as cores. A faixa da luz azul é a que contém mais energia, sendo capaz de penetrar muito profundamente na pele, até à hipoderme (ainda mais que a radiação ultravioleta).  

Existindo isoladamente nos dispositivos eletrónicos, a luz azul é responsável pelo chamado envelhecimento digital. Um dos impactos desta radiação é a formação de radicais livres que causam stress oxidativo, danificando as células da pele e acelerando o seu envelhecimento. Na derme, a sua ação reduz a síntese de colagénio, resultando na perda de firmeza. O excesso de luz azul pode também causar hiperpigmentação, o que agrava algumas dermatoses relacionadas com o funcionamento da melanina, como o pano da gravidez ou a hiperpigmentação pós-inflamatória. 

Os próprios ciclos de sono-vigília são afetados pelo excesso de ecrãs, perturbando o ritmo circadiano com problemas ao nível da qualidade e quantidade de um sono reparador, essencial na reparação celular. 

Mas nem tudo é mau. Na verdade, e na dose certa e controlada, a luz azul também tem efeitos benéficos, como por exemplo, no tratamento da acne, psoríase e da dermatite atópica. O segredo está no equilíbrio.  

Ana Teresa Gonçalves - Farmacêutica 

 

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