revista H60

MEDICINA DE PRECISÃO: O FUTURO, HOJE!

Terça, 11 de Abril de 2023 - 17:08

A Medicina de Precisão abre uma nova janela de esperança nos tratamentos do cancro e de outras doenças. O médico e cientista Rui Henrique valida que se trata de uma abordagem emergente para o tratamento e prevenção de doenças, com resultados promissores, já que tem em conta a variabilidade individual de genes, ambiente e estilo de vida de cada pessoa. Mas, reforça que os nossos comportamentos também têm um peso chave no nosso bem-estar.

 

Há anos que a comunidade médica fala no surgimento de novos tratamentos que poderão trazer alguma esperança na resposta a doenças, como o cancro. Entre eles, destaca-se a chamada Medicina de Precisão, uma abordagem que permite melhorar a rapidez dos diagnósticos, orientado para tratamentos mais direcionados, individualizados, que evitam a prescrição de terapêuticas desnecessárias, ineficazes e dispendiosas.

A nível económico, isso significa uma utilização mais racional e eficiente dos recursos disponíveis, a diminuição do desperdício e custos associados a tratamentos que não surtem os resultados desejados e, em última linha, acabam por provocar efeitos secundários no doente. 

O médico e professor Rui Henrique, anatomopatologista e investigador do Instituto de Oncologia do Porto, membro do Grupo Multidisciplinar de Oncologia Molecular (Molecular Tumor Board, MTB), explica que a Medicina de Precisão «é uma forma inovadora de abordar a prevenção e tratamento das doenças, tendo em consideração a constituição genética de cada indivíduo, o ambiente em que se insere e o estilo de vida».

Também referenciada como “Medicina Personalizada”, a principal mais-valia deste tipo de intervenção resulta de uma adaptação da intervenção médica às características específicas de cada pessoa. «Sabemos que uma mesma doença assume características diferentes em função das características constitucionais de cada um. Pelo que, e em termos teóricos, a análise personalizada permitirá uma intervenção mais eficaz e com menos efeitos adversos», explica Rui Henrique.

ATUAR NA PREVENÇÃO

 A Medicina de Precisão é, por definição, “personalizada”. «A dimensão preventiva é considerada, sobretudo na avaliação do risco individual de se vir a desenvolver determinadas doenças. Por exemplo, sabemos que a constituição genética individual pode aumentar a predisposição para condições patológicas, quando comparado com a população em geral. Neste caso, existirá uma orientação para a implementação de medidas (individuais) adequadas para mitigar ou eliminar esse risco. Estaremos a falar, a título de exemplo, de medidas como o evitar alguns comportamentos de risco, adequar tratamentos farmacológicos, entre outros», explica Rui Henrique.

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