
FARMÁCIA: A SAÚDE EM PROXIMIDADE!
Segunda, 08 de Janeiro de 2024 - 14:21
Com o aumento da esperança média de vida, aumenta igualmente o número de portugueses com doenças crónicas diagnosticadas. De que forma pode a farmácia auxiliar os seus doentes crónicos?
Dados recolhidos no inquérito EU-SILC (Inquérito às Condições de Vida e Rendimento), em 2019, dão conta de que 41% dos portugueses, com idade igual ou superior a 16 anos, sofrem de pelo menos uma doença crónica — uma proporção superior à da União Europeia (36%). Esta análise mostra também uma maior prevalência destas doenças em portugueses adultos com rendimentos mais baixos, face aos que se englobam num escalão mais alto. Assim, qual é o papel da farmácia junto dos seus doentes crónicos?
Ao longo dos anos têm sido desenvolvidos projetos no âmbito do medicamento e da atividade farmacêutica. O Serviço de Dispensa de Medicamentos em farmácia hospitalar de ambulatório é um dos exemplos, com a aprovação do mais recente regime de Dispensa em Proximidade – uma vez que envolve fármacos com uma maior necessidade de acompanhamento por parte de um profissional de saúde, no que à segurança e eficácia diz respeito.
Dispensa em proximidade
Este regime pretende assegurar a adesão à terapêutica e auxiliar na gestão da doença quando o doente não consegue deslocar-se regularmente ao hospital - quer seja por motivos económicos, geográficos ou de mobilidade reduzida - ficando a cargo de um farmacêutico, preferencialmente, a dispensa e aconselhamento necessário. O protocolo prevê a articulação dos serviços de farmácia hospitalar com uma farmácia comunitária escolhida pelo utente, onde serão dispensados os medicamentos. Assim, cabe à farmácia comunitária assegurar a receção dos medicamentos em questão e a respetiva dispensa, de acordo com as condições indicadas pelos serviços da farmácia hospitalar.
Este novo regime espelha o acesso de proximidade a medicamentos dispensados em regime de ambulatório de farmácia hospitalar no período pandémico, por Covid-19, no que toca à dispensa de terapêutica antirretroviral a portadores de VIH/SIDA em farmácias comunitárias, a fim de limitar as deslocações e contactos sociais ao estritamente necessário.
Os serviços farmacêuticos hospitalares ficaram encarregues não só da dispensa presencial como da dispensa de medicamentos hospitalares no domicílio ou numa farmácia comunitária à escolha do doente. Na dispensa em proximidade prevê-se que os medicamentos cheguem à farmácia cumprindo as Boas Práticas de Distribuição e que a dispensa seja registada através de um sistema de informação integrado.
Sempre seguros
O farmacêutico responsável deve, igualmente, reportar questões de farmacovigilância, para que os serviços farmacêuticos hospitalares e respetivo médico prescritor acompanhem o doente. Desta forma, o doente dispõe de uma equipa multidisciplinar orientada para a gestão da sua patologia.
A Dispensa de Proximidade tem indiciado um futuro promissor. Prova disso é a aposta do governo neste regime, uma vez que está previsto, em relatório do Orçamento de Estado para 2024, o acompanhamento da implementação do acesso de proximidade, nas farmácias de oficina, aos medicamentos prescritos nos hospitais, bem como a monitorização da concretização do projeto de renovação automática da prescrição para os doentes crónicos, numa interação SNS/farmácias comunitárias, destacando o papel das mesmas na prestação de cuidados de saúde.
Leia o artigo completo na H65. Disponível numa Farmácia Holon.