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Envelhecer com saúde: Ganhar mais qualidade de vida

Segunda, 24 de Fevereiro de 2025 - 12:13

Nas últimas décadas, Portugal tem visto crescer a franja demográfica da população idosa, que contabiliza mais de 2,5 milhões. As mulheres vivem mais anos do que os homens, mas o sexo masculino apresenta um melhor estado de saúde e são também eles que reportam, mais frequentemente, a participação em atividades culturais e desportivas.  

Envelhecer faz parte da condição humana, pelo que é importante saber envelhecer bem. A aposta no envelhecimento ativo é algo que deve ser preparado desde cedo, para garantir que a qualidade acompanha o aumento da esperança média de vida.   

Mulheres vivem mais tempo 

Não há dúvidas de que a população está a envelhecer. Mas hoje, falar-se em “idade adulta longa e saudável”, traz também uma nova abordagem ao tema da “saúde” que deixa de ser visto como «a presença ou ausência de doença», mas como «o resultado de uma interação complexa entre determinantes biológicos, psicológicos, sociais e comportamentais.» Uma visão mais holística que permite mais e novas formas de atuação e interação.   

Mas quais são os grandes desafios sentidos pelos idosos nacionais? Segundo o relatório que teve em consideração três grupos etários (64-74 anos, 75-84 anos e 85 e mais anos) - “Envelhecimento e Saúde: caracterização da saúde da população idosa em Portugal”, elaborado em dezembro de 2020 e revisto em janeiro de 2022, a maioria das pessoas pode esperar viver além dos 60 anos. Contudo, e de acordo com as autoras Ana João Santos, Paula Braz, Verónica Gomez, Teresa Folha, Tatiana Alves e Carlos Matias Dias, do Departamento de Epidemiologia, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge – INSA, a população idosa portuguesa apresenta particular vulnerabilidade face a alguns aspetos sociais e económicos (como a situação de coabitação, escolaridade e nível económico), e com uma participação social inferior à média europeia.  

Os indicadores sugerem, ainda, que as mulheres idosas vivem mais tempo, mas com pior estado de saúde, sendo também estas que estão em maior risco de pobreza e de exclusão social. As diferenças observadas ao longo do relatório entre a saúde da população idosa em Portugal e na União Europeia «parecem resultar, entre outros, de diferentes condições económicas, sociais e diferentes políticas de saúde».  

O segredo que todos conhecem 

O envelhecimento ativo é, mais do que um conceito, uma meta a alcançar. Uma missão individual que deve ser preparada em antecipação, priorizando a qualidade de vida, a promoção de autonomia e independência, tendo em consideração a redução dos custos nos sistemas de saúde. Na verdade, a palavra “ativo” veio contribuir para um enorme progresso na forma dinâmica como encaramos as pessoas mais velhas. «A promoção da saúde, através da atividade física regular, de uma atividade mental estimulante, uma alimentação mais rica em fruta, legumes, fibras e peixe, com pouco sal e pouco açúcar, sem abuso de bebidas alcoólicas ou outras substâncias nocivas, e sem tabaco, a par de uma vida afetiva e de relações sociais equilibrada, fraterna, caridosa e satisfatória, e de uma adequada gestão do stress da vida diária, faz ganhar anos à vida e qualidade de vida para os anos que se ganham», assegura a médica Maria João Quintela.  

Para a presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia, as pessoas não devem ser consideradas como ‘inativas’ ou ‘improdutivas’ só porque se reformam. Pelo contrário, devem ser estimuladas e poder ter oportunidades para se manterem num contexto de interdependência, complementaridade e solidariedade entre gerações, que vai muito para além das trocas de bens, mais ou menos recíprocas», finaliza.  

 

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